Due Diligence: o que é e como funciona

due diligence

O combate à corrupção vem ganhando cada vez mais força e ações fraudulentas de empresas e intermediários começaram a ser questionadas e monitoradas por órgãos fiscalizadores.

É nesse sentido que entra o due diligence, a busca e a análise prévia de informações sobre uma empresa. Esse processo é essencial antes de concretizar novas parcerias, pois por meio dele as empresas podem avaliar e mitigar os riscos de se envolver em possíveis fraudes e irregularidades.

Com a Lei da Empresa Limpa, de agosto de 2013, as organizações passaram a ter maior cuidado quando se trata da sua relação com terceiros.

Essa legislação prevê uma responsabilidade objetiva: quando uma empresa responde pelos atos de representantes da sua cadeia produtiva, inclusive do terceiro agindo em seu nome.

Sendo assim, conhecer e monitorar o panorama completo dos riscos se torna fundamental para conseguir mitigá-los.

Essa precaução dentro do contexto atual, em que lidamos com informações em abundância, é facilitada quando um processo de Due Diligence é aplicado e feito de forma otimizada.

Neste artigo, explicaremos esse conceito e como aplicá-lo de maneira eficaz. 

O que é Due Diligence?

Em tradução livre, due diligence “diligência devida” ou “diligência prévia”. A palavra diligência remete a cuidado, zelo, empenho, a pesquisa e investigação.

Portanto, quando as informações de uma parceria ou de uma negociação em potencial são levantadas, é fundamental que ocorra o processo de Due Diligence.

O processo envolve gestão de riscos e compliance, auditoria, previsão de cenários de negócios e identificação de oportunidades.

Geralmente, essa busca ocorre antes de uma negociação acontecer efetivamente e tem como objetivo avaliar terceiros, fornecedores e/ou associados.

Tal análise deve incluir, por exemplo, aspectos como área de atividade da empresa que será contratada, as possibilidades e perspectivas para o futuro do negócio e informações patrimoniais.

Quando se trata de um processo de fusão ou aquisição, até os valores envolvidos na negociação passam a ser definidos com mais assertividade a partir dos resultados encontrados na diligência.

Uma análise profunda mapeia todo o histórico de uma organização, não apenas no aspecto financeiro, mas, também, na esfera jurídica e no monitoramento de Pessoas Expostas Politicamente (PEPs) envolvidas com a instituição em questão.

Para que serve e como funciona o Due Diligence?

Expandir negócios é uma atividade que tem riscos. Quando uma empresa quer crescer, seus gestores podem lançar mão de diferentes artifícios para que isso seja possível.

A aquisição de outra companhia é uma alternativa comum, bem como a fusão entre ambas as organizações.

Seja qual for o cenário, em uma operação como essa, devemos lembrar que serão herdados todos os procedimentos, clientes, fornecedores e parceiros presentes ao longo de toda a cadeia produtiva.

Além dos riscos financeiros inerentes às operações, é preciso levar em conta que cada pessoa jurídica é formada por indivíduos e está envolvida com parceiros que, por sua vez, trazem consigo toda uma sorte de potenciais riscos jurídicos para a organização.

Mas, o que isso tem a ver com Due Diligence? Por meio de um Due Diligence adequado, a organização pode levantar e analisar os riscos do negócio, e consegue detectar e tratar possíveis ameaças – herdadas ou não –, para garantir, assim, o sucesso da empreitada.

Quando falamos de Due Diligence, nos referimos a uma prática que deve se voltar à avaliação de riscos. Isso supõe uma investigação de toda a parte contábil, fiscal e financeira das empresas com que se pretende negociar.

Essa investigação deve ser conduzida por completo, incluindo todo o histórico das partes envolvidas, levantando dados concretos e relevantes.

Isso tudo visa a assegurar que as condições estejam adequadas para que os gestores possam analisar se o negócio de fato vale a pena e garantir que ele possa ser fechado com segurança.

Além disso, os resultados do processo de Due Diligence também vão influenciar nos termos finais da negociação, como as garantias e os valores que serão praticados.

Passo a passo de como fazer Due Diligence:

A aplicação de Due Diligence é uma estratégia necessária para dar mais segurança aos negócios e para que a operação que se pretende realizar seja efetivamente transparente para todas as partes envolvidas.

Como vimos, o processo de Due Diligence pode ser feito por uma equipe interna ou, preferencialmente, por meio da contratação de uma consultoria especializada.

Seja qual for a escolha, a investigação ocorre, normalmente, em três momentos:

1. Análise do cenário interno e definição da estratégia

Em primeiro lugar, é realizado um mapeamento da empresa com o objetivo de prepará-la para que ela possa passar pelo processo de Due Diligence.

É uma observação inicial, em que serão identificadas as características do cenário que será avaliado e para que o time de especialistas possa conhecer o negócio e definir a melhor estratégia de trabalho.

2. Reunião de documentos e investigação de informações

A segunda etapa é o desenvolvimento do trabalho de investigação. A equipe responsável vai solicitar os documentos e as informações que julga serem necessários para conduzir as análises.

A documentação vai variar de acordo com a finalidade do Due Diligence. Mas, independentemente do objetivo, o recomendado é recolher o maior número de documentos possível para proporcionar uma análise completa e aprofundada.

Além da documentação interna, a equipe também pode buscar informações fora da empresa, junto a órgão públicos municipais, estaduais e federais.

Vale ressaltar que, nesta fase, os consultores que conduzirão o processo terão acesso a informações sigilosas da empresa.

Isso porque precisam analisar documentos financeiros, operacionais, econômicos e jurídicos da organização.

Por esse motivo, é fundamental que todas as pessoas envolvidas na diligência assinem um acordo de confidencialidade.

3. Produção de Relatório e Entrega do Plano de ação

A etapa final consiste na produção do relatório por parte dos consultores. Importante apontar que o resultado do Due Diligence vai depender dos objetivos da empresa.

Com base na análise dos documentos feita na etapa anterior, os pontos positivos e negativos da operação serão identificados, informando a empresa sobre potenciais riscos, como evitá-los e possíveis oportunidades de investimentos.

Este relatório difere de acordo com a finalidade da diligência. O resultado das análises de negociação de compra ou fusão, por exemplo, naturalmente não será o mesmo que aquele destinado à avaliação interna do negócio.

Por fim, existem alguns aspectos chave que devem ser levados em consideração para a análise da documentação e produção do relatório. São eles:

  • Avaliação de idoneidade e possíveis impedimentos;
  • Exposição na mídia;
  • Histórico financeiro, fiscal, jurídico e trabalhista da empresa;
  • Histórico operacional;
  • Histórico mercadológico.

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