Compliance para PME: qual a importância?

Quando se fala em compliance, muitas pessoas pensam que essa é uma preocupação apenas de grandes empresas. Porém, pequenas e médias também podem — e devem — investir em políticas de integridade.

E o motivo é simples: o compliance se refere ao cumprimento das leis e das normas que regem os negócios. E isso se aplica a todas as organizações, independentemente do seu porte ou ramo de atuação.

Sendo assim, PMEs podem se beneficiar (e muito!) de um programa de compliance, garantindo transparência, ética e responsabilidade nos seus processos e relações internos e externos.

Claro que há desafios inerentes a uma companhia de menor porte e com menos recursos, mas isso não deve ser um impeditivo para agir em conformidade. Acompanhe e saiba mais!

Qual é a importância do compliance para PME?

Criar e implantar políticas de compliance é uma tarefa exigente e que demanda trabalho contínuo. No entanto, os resultados compensam todos os esforços.

Devemos lembrar que muitas grandes empresas têm PMEs como parceiros e fornecedores. Por conta disso, vem delas a maior pressão para que as companhias de menor porte se adequem à realidade dessas práticas de integridade. 

Assim, quando falamos em compliance para PME, nos referimos à possibilidade de fortalecer a marca junto ao mercado, aumentando sua credibilidade e se tornando mais atraente para investidores, parceiros e clientes. E isso impacta diretamente na saúde financeira do negócio.

Agir em conformidade traz outros ganhos financeiros: ao garantir o respeito à lei e proteger a organização contra atos ilícitos, o compliance a protege do possível envolvimento em casos judiciais e suas consequências, como multas, reparações e danos à reputação da empresa.

O compliance para PME também beneficia a companhia internamente. Isso porque ele promove uma maior eficiência operacional por meio de uma cultura de integridade que traz mais segurança à rotina dos colaboradores e gestores.

Por fim, as políticas de integridade fortalecem a capacidade da empresa em mapear e lidar com os diferentes riscos que a ameaçam. Com isso, é possível estabelecer medidas para a prevenção e mitigar irregularidades.

Quais são os desafios enfrentados por essas empresas?

Como comentamos, pequenas e médias empresas não têm a mesma capacidade de grandes corporações para investir em um programa de compliance. E isso realmente pode trazer alguns desafios à sua implementação.

A limitação no orçamento pode dificultar a estruturação de um departamento de compliance ou, na impossibilidade de se fazer isso, trazer entraves para a contratação de um compliance officer, profissional responsável pela criação e implementação das medidas de conformidade.

A falta de recursos também pode impactar a contratação das ferramentas necessárias para trazer mais agilidade aos processos de compliance, inclusive a identificação de risco e o acompanhamento das mudanças regulatórias.

Embora esses obstáculos existam, isso não impossibilita o compliance para PME. Nos últimos anos, temos visto a proliferação de soluções, assim como o crescimento no número de profissionais especializados na área.

Com uma maior diversidade e oferta, o mercado torna-se mais acessível para as pequenas e médias empresas, o que facilita a implementação de um programa de compliance efetivo.

É preciso ter em mente que, mesmo que simples, as políticas de integridade são um importante diferencial competitivo para as PMEs, sobretudo, como vimos, para o estabelecimento de relações comerciais com organizações de maior porte e até mesmo o poder público.

 

Como implantar o compliance em pequenas e médias empresas?

O programa de compliance deve ser entendido com um esforço contínuo, que envolve diferentes etapas. Conheça as principais.

Fazer uma avaliação de riscos

Um dos objetivos do compliance para PME é detectar e evitar que riscos ocorram. Para isso, é preciso avaliar todos os processos e relações da empresa e compreender onde e quais são essas ameaças.

Essa análise deve ser feita com base nas leis e nas normas às quais a organização está exposta, garantindo, assim, que as operações e condutas estejam em conformidade com esses requisitos.

Definir um plano de ação

O plano de ação é um recurso importante para deixar claros quais são os objetivos e as metas da empresa e quais são os meios disponíveis e necessários para alcançá-los. O compliance deve permear toda essa definição, novamente para assegurar a integridade em cada etapa.

Criar um código de ética

O código de ética é um documento que elenca as normas e os comportamentos esperados de todos dentro da companhia de modo a dar mais transparência e assegurar a ética em todos os processos e relações.

Quando falamos em compliance para PME, esse documento pode ser mais simples, devendo orientar os colaboradores sobre o que é permitido e o que deve ser feito caso se deparem com não conformidades ou ações que vão de encontro às políticas internas da organização.

Estabelecer um canal de denúncias

Falamos dos desafios que as limitações orçamentárias de pequenas e médias empresas podem trazer. O hotline é uma das soluções mais acessíveis de serem implantadas e é um recurso de extrema importância para o compliance.

Os canais de denúncia permitem que qualquer pessoa denuncie, de forma anônima e segura, atos que considere suspeitos ou lesivos à organização. Mas, estipular esses canais não basta. É preciso garantir que as informações recebidas serão investigadas e, se comprovadas, punidas devidamente.

Contar com profissionais especializados

O compliance deve ser um trabalho dedicado, isto é, deve-se contar com um setor ou um profissional especializado no assunto. Isso não significa, porém, que os outros não devam se envolver.

Para que seja bem-sucedido, o compliance deve abranger todas as pessoas, departamentos e níveis hierárquicos da empresa, em um esforço conjunto pela integridade e o cumprimento às regras.

Capacitar a equipe

O sucesso na implementação do programa de compliance para PME depende de uma equipe capacitada para entender suas responsabilidades e o que deve ser feito quando quaisquer desvios forem encontrados.

Para isso, é preciso promover treinamentos não apenas sobre as leis e normas externas, mas também sobre as próprias políticas internas da companhia.

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